"A boa forma física não pode ser alcançada por mero desejo ou simples
compra", fala Joseph Pilates
Se você não faz
parte do time de fãs das academias de ginástica, mas frequenta alguma, mesmo a
contragosto, para manter a forma - ou se recusa a encarar aulas dos mais
variados estilos e o uso de pesinhos -, está na hora de experimentar o método
de condicionamento físico e mental criado pelo alemão Joseph Pilates
(1880-1967). Apesar da aparente suavidade dos movimentos, os exercícios de
pilates fazem com que o corpo não só se alongue e se fortifique de forma
integrada e individualizada, como também convida os praticantes a experimentar
uma nova maneira de se relacionar com o mundo.
Por privilegiar
exercícios de baixo impacto e poucas repetições, a técnica proporciona
resultado eficaz com menor desgaste dos músculos e das articulações. "O
praticante passa a utilizar sua energia sem desperdiçá-la naquilo de que não
precisa. Esse domínio, originado na mente, resulta em vigor e bem-estar",
diz Inelia Garcia, proprietária do The Pilates Studio Brasil, rede espalhada
pelo país, e ex-aluna de Romana Kryzanowska, uma das principais discípulas de
Jospeh Pilates e grande divulgadora de seu legado.
Ministrado com
precisão cirúrgica, o método se molda a pessoas de todas as faixas etárias,
inclusive as que sofrem de dores crônicas ou de problemas ósseos e musculares.
Nesse caso, o trabalho é conduzido por um fisioterapeuta. Uma vez curada a
lesão, o professor de educação física, devidamente certificado, assume o
comando. A essência da mensagem de Pilates é: independentemente da situação em
que esteja, você pode e deve se mexer.
Muito além do
colchonete
Grande parte da
beleza dessa corrente, que a cada dia conquista mais adeptos, reside no fato de
que o aprendizado extrapola as paredes do estúdio. O aluno não demora a
perceber que está diante não apenas de um conjunto de movimentos, mas de uma
filosofia de vida calcada na crença de que somos responsáveis por nossa saúde
física e mental. "Quando nos apoderamos da habilidade inata de controlar
nosso corpo, evoluímos também no campo emocional. É libertador e estimulante
descobrir que somos capazes de assegurar o próprio bem-estar", destaca
Brooke Siler, instrutora americana, também formada sob a tutela de Romana
Kryzanowska, e autora de Desafios do Corpo Pilates, da Summus Editorial.
Ganha-se,
portanto, um jato de autoestima. E mais. "O pilates incita a força de
vontade, o desejo, o impulso de realizar coisas e a convicção de que você pode
alcançar seus objetivos", sublinha Inelia Garcia, proprietária do The
Pilates Studio Brasil. Não se trata de mágica. Esse, digamos, efeito colateral
comportamental é apenas reflexo da cumplicidade entre mente, corpo e emoções.
"O controle da respiração ajuda a aplacar a ansiedade. Assim, a atividade
é uma ferramenta de estabilidade emocional e de autoconhecimento", ela
afirma. Além disso, a modalidade também serve de escudo contra o estresse e a
fadiga.
Os seis
princípios do método pilates
As diretrizes
abaixo devem nortear cada movimento numa aula de pilates...
Concentração:
a fim de trabalhar o físico, é
necessário estar presente com a mente - é ela que comanda a ação. Por isso, é
fundamental prestar atenção nos movimentos executados e observar como os
músculos respondem.
Controle:
o domínio muscular preconizado
pelo método consiste na ausência de movimentos descuidados, automáticos ou
casuais. Nenhum exercício no pilates é feito simplesmente por fazer. Cada
movimento tem uma função.
Centro de
força: temos um grande grupo de
músculos no centro - abdômen, lombar, quadris e glúteos. Pilates chamou esse
conjunto de "casa de força". Toda a energia necessária à realização
dos exercícios se inicia nela e flui para as extremidades.
Fluidez: no método Pilates não existem movimentos estáticos,
isolados, porque o corpo não funciona naturalmente dessa maneira. Pelo
contrário, eles são fluidos, como um longo passo ou uma valsa.
Precisão:
a concentração em fazer um
movimento preciso e perfeito em vez de muitos sem vontade é condição essencial
do pilates. Deixar de fora qualquer detalhe é abandonar o valor intrínseco do
exercício.
Respiração: a respiração completa renova a circulação do ar,
oxigena o sangue e ainda ajuda no controle dos movimentos durante os
exercícios, assim como no dia a dia.
Revista Bons Fluidos
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