16 agosto 2013

Pilates nas Doenças Neurológicas



O Método Pilates consiste em uma série de exercícios físicos que buscam a harmonia entre o corpo e a mente, isto é, um treinamento físico e mental que melhora a consciência corporal por trabalhar o corpo como um todo. É composto pelos exercícios desenvolvidos por Joseph Pilates, os quais são realizados em solo, com a bola suíça ou nos aparelhos elaborados por ele, tendo como princípios a centralização, o controle, a precisão, a fluidez do movimento, a concentração e a respiração.


Nos últimos anos muito tem sido comentado sobre o Método Pilates e seus benefícios e indicações. A importância desse método como uma técnica de reabilitação está cada vez mais reconhecida entre os diversos profissionais da área da saúde.

Os seus benefícios nas alterações posturais, como hiperlordose, escoliose, dor nas costas, hérnia de disco, ou nos distúrbios músculo-esqueléticos como tendinites, artroses ou lesões relacionadas ao esporte já são bastante reconhecidos. Nos últimos tempos, um destaque especial tem sido dado à reabilitação neurológica associada a este interessante método.

Acidente vascular encefálico (AVE), doenças de Parkinson e Alzheimer, esclerose múltipla, neuropatias periféricas, paralisa cerebral, incoordenação motora, lúpus e distrofias musculares são algumas das patologias neurológicas que se beneficiam deste método. Este benefício se deve a importante relação dos princípios do método (citados acima) com os objetivos na reabilitação dessas doenças.

Pacientes neurológicos, vítimas dessas doenças, apresentam seqüelas como alterações de tônus muscular, déficit do controle motor, diminuição de força muscular, alteração do equilíbrio, dificuldade na marcha, distúrbios sensitivos, diminuição da flexibilidade, contraturas musculares, alterações posturais e respiratórias, dificuldade de concentração, raciocínio e memória, fatores, estes, que levam a diminuição da independência física e, consequentemente, à diminuição da qualidade de vida.

Com os exercícios do pilates trabalha-se o equilíbrio muscular, pois fortalece e alonga a musculatura globalmente mantendo a flexibilidade, a tonicidade e a força muscular; como se preconiza a qualidade do movimento e não a quantidade deste, a precisão dos movimentos e a concentração durante os exercícios são indispensáveis, melhorando, assim, o controle motor, a consciência corporal e a coordenação dos movimentos.

São exercitados constantemente, durante as sessões, os músculos profundos sustentadores da coluna (multífidos), os abdominais (destaque para o transverso do abdômen), o assoalho pélvico e os glúteos, melhorando a postura, estimulando o controle de tronco, prevenindo a incontinência urinária (perdas constantes de urina), melhorando a marcha e o equilíbrio do paciente; por fim, o trabalho da respiração, que é a base do método em questão, diminui as complicações respiratórias, que são importantes agravantes da expectativa de vida desses pacientes, além de melhorar a oxigenação cerebral, estimulando a formação de novas conexões, diminuindo a ansiedade e o estresse. Isso sem falar dos benefícios de se praticar uma atividade física, de encarar um novo desafio e de se superar a cada dia com exercícios variados.

O paciente tem que se preocupar em procurar um profissional devidamente capacitado a identificar e atender às suas reais necessidades. Se uma minuciosa avaliação for realizada, os exercícios poderão ser direcionados especificamente ao seu quadro clinico, melhorando, então, a sua independência e sua qualidade de vida.


Lydianna Silveira de Macêdo - Fisioterapeuta - Prof. Ms. em Neurologia

Incontinência urinária e Pilates: tratamento eficaz e menos invasivo




A incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina em local e hora inadequados que ocorre quando a pressão dentro da bexiga excede a pressão da uretra, causando problemas sociais e higiênicos para os indivíduos portadores, afetando diretamente sua qualidade de vida e auto-estima.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quatro em cada dez mulheres desenvolvem incontinência urinária após a menopausa. Isso ocorre porque com o avanço da idade a musculatura abdominal torna-se flácida, a uretra muda de posição e perde a capacidade de conter a urina. Acontece ainda com maior freqüência em mulheres que tiveram muitos partos normais, ou mesmo apenas um parto mal conduzido, e menos freqüentemente, mas não raro, em indivíduos jovens e crianças. O problema também afeta homens, tendo como principal causa o aumento da próstata, que leva à alteração do funcionamento da bexiga, porém, é bem menos freqüente que nas mulheres. Pode apresentar-se sob várias formas, sendo as mais comuns: incontinência urinária de esforço (devido ao enfraquecimento/flacidez do esfíncter uretral); bexiga hiperativa (contração inadequadas da musculatura da bexiga durante a fase de armazenamento da urina); e incontinência mista (combinação da incontinência de esforço e bexiga hiperativa).
Dentre as principais formas de tratamento, destacam-se os tratamentos medicamentoso e cirúrgico. De igual importância, a fisioterapia dispõe de tratamentos menos invasivos, com melhor prognóstico e menores custos, através de técnicas de fortalecimento da musculatura pélvica. Tem como objetivos educar e informar as pacientes a respeito da sintomatologia, fortalecer o períneo, melhorar a percepção da musculatura do assoalho pélvico e estimular bons hábitos de vida.
Dentre essas técnicas, vem ganhando destaque o método Pilates, visto que seus principais objetivos são ganho de coordenação, força, flexibilidade, equilíbrio e resistência. Acredita-se portanto, que a ativação permanente do "powerhouse" (que inclui a musculatura do assoalho pélvico) estimule esta a receber os efeitos acima mencionados, atuando portanto no tratamento quando já instalada, bem como técnica preventiva da incontinência urinária.
É essencial que os pacientes portadores da disfunção sejam especialmente avaliados para que as causas primárias sejam investigadas e tratadas, bem como continuamente monitorados e realizem exercícios mais específicos durante as sessões.
A respiração também deve ser incansavelmente monitorada, a fim de evitar a Manobra de Valsalva (ato de "prender o ar" durante os exercícios), já que isso aumenta a pressão intrabdominal e gera maior sobrecarga ao assoalho pélvico, que fadiga mais rapidamente e tem como conseqüência a perda da capacidade deste manter-se contraído.
Mesmo em casos mais graves onde há necessidade de intervenção cirúrgica, é de suma importância a realização destes exercícios específicos como complemento dos tratamentos através de um processo individualizado e que dê resposta às necessidades de cada paciente.
Dra. Scheila Cristina Zuconelli

O sedentarismo pode trazer riscos a sua saúde




Veja como o sedentarismo e a ausência de adaptações induzidas pelo exercício pode reduzir as reservas fisiológicas do corpo, o que acarreta vários riscos para a saúde e a capacidade física.

O que vem a ser um “fator de risco”?

É uma característica individual, física ou comportamental, associada com uma maior possibilidade de desenvolvimento de determinadas doenças. A utilização adequada do sistema mais volumoso do corpo, o sistema muscular esquelético, provoca de forma complexa uma adaptação de todos os sistemas funcionais.

O sedentarismo por sua vez já é um fator de risco por si só e exerce uma influência negativa direta sobre outros fatores de risco, como: obesidade, hipertensão, metabolismo do colesterol. Atualmente esse fator contribui com uma parte da morbidade da população, a capacidade dos órgãos internos se ajusta a um nível relativamente baixo de atividade física.

Para melhorar ao máximo as nossas propriedades fisiológicas, bioquímicas e metabólicas do organismo humano necessitamos de uma determinada quantidade de atividade motora ao longo da vida. É comprovado que exercícios realizados durante pelo menos 30 minutos de três a cinco vezes por semana, em geral estão combinados com um estilo de vida saudável só lhe traz benefícios à saúde e capacidade funcional a longo prazo.

Estudos apontam que os indivíduos que preferem um estilo de vida sedentário estão mais predispostos a determinadas doenças do que os fisicamente ativos. A atividade física regular pode ser identificada, desta forma, como importante fator de risco para certas doenças. Em geral, as conseqüências patológicas dos fatores de risco externos (como o sedentarismo, o tabagismo, má nutrição em quantidade ou qualidade e a ansiedade) e dos internos (hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, gota, hipertrigliceridemia, obesidade) são evidentes. Portanto, estes devem ser descobertos, controlados e combatidos desde o primeiro diagnóstico.

Veja o que pode acontecer com o Sistema Respiratório

A inatividade física, com as suas graves conseqüências sobre a musculatura ventilatória (principalmente sobre o diafragma e os músculos intercostais externos), tem como conseqüência uma capacidade. Isso significa que a falta de uso prejudica a ventilação pulmonar em repouso e durante o exercício e favorece o envelhecimento prematuro desse sistema. O baixo estado de adaptação fisiológica do sistema respiratório leva a uma hipocapnia e hipóxia dos tecidos já no ponto de partida da “cascata de oxigênio” do organismo.

Além disso, sabe-se bem que um pouco de exercício pode atuar como um bom expectorante como o Pilates. O método resgata a importância da respiração. Devido à vida diária agitada, a maioria das pessoas passam a respirar mais rápido e de forma incompleta, ou seja, o ar não chega a atingir a parte inferior do pulmão, região onde as trocas de oxigênio são mais eficientes, isso explica o fato de inspirarmos pelo nariz e expirarmos pela boca (facilitando a ação dos músculos respiratórios como citado acima).

A respiração profunda na medida em que a ansiedade é reduzida, gera diminuição de dor muscular e aumento do rendimento em qualquer atividade física. Claro que não podemos esquecer-nos dos outros Princípios do Pilates, o praticante deve incorporar todos eles forma global.