29 agosto 2012

Como o Exercício Físico pode ajudar a parar de Fumar


Quem já experimentou parar de fumar pode comprovar: é preciso enfrentar momentos de ansiedade e irritação, o medo de ganhar peso e, principalmente, manter em alta a motivação para não sucumbir às recaídas. Nós temos um remédio para combater tudo isso e largar o cigarro de vez: o exercício físico

Não é de hoje que a atividade física é considerada por especialistas um aliado importante contra o cigarro. “Quem pratica atividade física fuma menos ao longo do dia em comparação com um sedentário. As sensações de bem-estar das endorfinas liberadas durante o exercício, e a vontade de se cuidar são aspectos que influenciam nessa redução e numa possível interrupção do tabagismo”, diz a presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Andréia Assis Vale. Entenda a seguir como o exercício pode ajudar quem fuma.

Na redução de riscos
No corpo humano, o cigarro e o exercício travam uma queda de braço. O tabaco é responsável pela elevação da pressão sanguínea, pela diminuição da oxigenação nas células e por inflamações nos alvéolos pulmonares — que estimulam a formação de muco e secreções e limitam a capacidade respiratória. O exercício age de forma contrária: ao abrir as vias aéreas e aumentar a ventilação do corpo, ele estimula a oxigenação, diminui a pressão sanguínea e favorece a eliminação das secreções – sim, o fumante vai cuspir mais enquanto corre.
"Além do fortalecimento do sistema respiratório, fazer a atividade física diminui o teor de monóxido de carbono no organismo", diz a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor). "Durante o exercício, a nicotina também é metabolizada mais rapidamente, diminuindo sua concentração, o que explica por que muitas pessoas sentem a fissura de acender o cigarro logo depois", afirma.
Uma boa notícia é que, se você fuma e mantiver o exercício com a mesma regularidade com que dá as suas baforadas, a atividade física levará a melhor nessa briga, reduzindo significativamente o risco de doenças causadas pelo tabaco e tornando-o, se é que é possível dizer isso, um "fumante mais saudável".
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Municipal de Investigação Médica de Barcelona, na Espanha, que acompanhou 6790 fumantes por 11 anos, uma quantidade de moderada a alta de atividade física está associada a um menor declínio da função pulmonar, reduzindo em 21% o risco de desenvolvimento de DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica, responsável pela insuficiência respiratória.
As universidades americanas de Minnesota e Pensilvânia publicaram estudos que mostram que a atividade física reduz em 35% o risco de câncer de pulmão em comparação com fumantes sedentários. Uma das explicações é que a melhora da função pulmonar diminui a concentração de substâncias carcinogênicas. Nenhuma melhora, no entanto, é tão acentuada como quando o cigarro é abandonado. Veja ao lado como o corpo reage a partir do instante em que você decide largar o vício.

Na força de vontade
Querer de fato parar de fumar é a primeira condição (e a mais importante) para ter sucesso na empreitada, segundo os especialistas. "Não adianta a pressão de amigos e familiares. A pessoa deve ter consciência da necessidade e vontade de parar", afirma a psicóloga Silvia Cury.
O exercício, pelas transformações físicas e fisiológicas que promove, ampliando o fôlego e a resistência muscular e aeróbica e reforçando a auto-estima, pode ajudar nessa percepção de que é preciso parar. O diretor técnico da assessoria esportiva paulistana MPR, Marcos Paulo Reis, aconselha: "Procure o exercício com o intuito de se sentir melhor, mais saudável, sem tanto compromisso inicialmente com o parar de fumar, para controlar a expectativa e não se frustrar em caso de uma recaída", afirma.

29 de Agosto: Dia Nacional de Combate ao Fumo


O dia 29 de agosto foi escolhido como o dia nacional de combate ao fumo, quando são desenvolvidas campanhas alertando as pessoas dos males que o cigarro causa.

Milhões de pessoas morrem como resultado do uso do tabaco. Apenas em 2010, cerca de 6 milhões de pessoas morreram no mundo, de acordo com informações da 4ª edição do Atlas do Tabaco lançado pela Sociedade Americana do Câncer e pela Fundação Mundial do Pulmão. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa evitável de mortes do mundo. De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas, o fumante gasta em média 6% do que ganha para bancar o vício. No mercado brasileiro são consumidos cerca de 100 bilhões de cigarros por ano, sendo 2 bilhões de produtos ilegais, ou seja, sem a devida fiscalização; o restante é do mercado oficial.

As consequências do tabagismo são inúmeras, a começar pelos prejuízos financeiros. Além do valor gasto com o consumo de produtos derivados do tabaco, o indivíduo pode vir a ter despesas com o tratamento de doenças desencadeadas por esses produtos. 

O maior prejuízo, no entanto, continua sendo para a saúde. O consumo do cigarro pode desencadear problemas como infarto agudo do miocádio, câncer - pulmão, laringe, bexiga, etc, - doenças do pulmão, DPOC/enfisema, maior incidência de partos prematuros e osteoporose, entre outros.

Doença - O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A estimativa é de que um terço da população mundial adulta seja fumante. Embora os números ainda sejam espantosos, estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) mostra que a prevalência de tabagismo entre a população adulta brasileira caiu nos últimos anos.

22 agosto 2012

Cuide da saúde do seu intestino com o Pilates


É raro encontrar uma pessoa que não tenha problemas com o intestino. Umas se queixam de que é preso demais; outras, de que seu funcionamento é absolutamente imprevisível. A maioria das queixas, porém, vem das mulheres. Grande número delas reclama de intestino preso, ou obstipação intestinal. Em alguns casos, esse problema é físico, mas em outros decorre de fatores psicológicos e emocionais.

Tão forte é a influência do intestino sobre o nosso organismo que esse órgão é tido nos meios científicos como o “segundo cérebro”. A expressão foi cunhada pelo médico americano Michael D. Gershon, do Departamento de Anatomia e Biologia Celular da Columbia Univesity Medical Center, em Nova York. Depois de 30 anos de pesquisas, Gershon conseguiu identificar a interatividade entre os neurotransmissores produzidos no intestino, chamado por ele de órgão inteligente, e as nossas emoções, cuja sede é o sistema límbico, localizado no cérebro. Portanto, atribuir a prisão de ventre apenas ao tipo de alimentação é um erro.

Embora sejam independentes, os sistemas nervoso central (localizado no cérebro e na medula espinhal) e o entérico (intestinal) “conversam” entre si. Sabe aquele incômodo na barriga relacionado a ansiedade em determinadas situações, acontece por causa da conexão direta entre os neurônios circulantes no tubo digestivo e no cérebro (o chamado eixo cérebro-intestinal, que funciona como uma via de mão dupla). A ansiedade, gerada pela expectativa do grande dia, se reflete no intestino, que tanto pode travar como desandar. Isso porque esse sentimento altera a produção de serotonina e desorganiza as ondas peristálticas. Alterações na produção da serotonina também estão por trás da síndrome do intestino irritável, uma das principais doenças que afetam o intestino.

Não se deve encarar o mau funcionamento do intestino como algo natural. É preciso estar atento e procurar atendimento médico se houver sangue ou muco nas fezes, distensão e cólicas abdominais e elevação da temperatura 

O intestino é um órgão do trato gastrointestinal dividido em duas porções: delgado e grosso. O intestino delgado é a porção primária do intestino e é responsável pela digestão e absorção de nutrientes, enquanto o intestino grosso é a segunda porção do intestino e é responsável pela absorção de água, sais e vitaminas. Este órgão pode ser afetado por doenças como fibrose cística, doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa, síndrome de intestino irritável, diverticulose e câncer.

Exercício Físico

Sabe-se que o exercício físico auxilia na promoção de uma vida saudável e na melhora da capacidade funcional, porém, ainda é pouco o que se sabe sobre seus efeitos nas doenças inflamatórias intestinais

É sabido que o exercício físico proporciona movimentos no intestino grosso e mudanças hormonais, que provocam efeitos mecânicos no intestino, facilitando o peristaltismo. Além disso, a atividade física é responsável também por melhorar o tônus muscular pélvico e abdominal, facilitando a expulsão do bolo fecal. Evidências recentes obtidas em estudo laboratorial mostraram que a prática habitual de atividade física moderada protege o íleo de camundongos contra os efeitos do envelhecimento

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a atividade física regular praticada em quantidade apropriada apresenta uma associação significativa com a redução do risco para o desenvolvimento de câncer de cólon em até 40% entre os indivíduos mais fisicamente ativos. Em contrapartida, tem-se observado que o exercício físico exaustivo aumenta a produção sistêmica de radicais livres, com conseqüente aumento dos danos oxidativos ao DNA, além de deprimir a função imune global, eventos estes, relacionados ao aumento do risco para o desenvolvimento de câncer

Quanto ao sedentarismo e a constipação intestinal idiopática, a recomendação de atividade física regular é ainda assunto controverso. Dado este, confirmado por meio de estudos que avaliaram a relação entre estes fatores. Em outro estudo realizado os resultados foram positivos, destacando até a possibilidade de que o exercício seja uma intervenção eficaz na minimização dos sintomas em pacientes com síndrome do intestino irritável, que pode ser o caso dos pacientes com constipação predominante.

A escolha do método Pilates como atividade física, pode contribuir também para o equilíbrio da mente e do corpo, além de ajudar no controle da ansiedade. Os movimentos do Pilates trabalham e fortalecem principalmente a musculatura de sustentação do abdômen, lombar, assoalho pélvico e glúteos. Esses músculos são responsáveis pela melhora da postura, aliviando dores nas costas e consequentemente auxilia a saúde do orgão intestinal.

Confira as dicas para evitar a prisão de ventre:
  • Mexa-se! Não esqueça que os intestinos são músculos. Se você passar o dia sentada, seu sistema digestivo fica lento. Estudos indicam que as pessoas sedentárias são 3 vezes mais passíveis de sofrer de prisão de ventre. A prática de exercícios físicos aumenta o fluxo sanguíneo no abdome e estimula os movimentos intestinais.
  • Descanse bem!
  • Pare tudo e vá ao banheiro! Ao sentir necessidade, quanto mais tempo você demorar a ir ao banheiro, mais água é absorvida, e mais duras ficam as fezes.
  • Beba muito líquido! Tome líquidos em todas as refeições. Inclua no seu dia-a-dia alimentos líquidos, como sopas e molhos, além de água, leite desnatado e sucos.
  • Consuma alimentos ricos em fibras todas as refeições! Mas se você não tem o hábito de comer fibras, comece com pequenas doses, para não causar um desarranjo intestinal.
  • Certifique-se de que sua alimentação não esteja pobre demais em gorduras! As gorduras podem funcionar como lubrificantes. Portanto, um pouco de azeite e nozes, por exemplo, podem ajudar nesse processo.
Fonte: Drauzio Varella, physio-terapia.blogspot

13 agosto 2012

4 práticas corporais benéficas ao bem-estar


Segundo a Organização Mundial da Saúde, estamos cada vez mais sendentários. A boa notícia é que toda forma de exercício ajuda a minimizar esse quadro.

Nem toda hora é de estica, pula e corre. Às vezes, porque estamos num momento mais introspectivo da vida, ou por opção, uma questão de gosto pessoal, o ritmo de atividade física precisa ser mais suave.

Ninguém discorda de que é necessário se mexer. O corpo precisa e a cabeça, você sabe bem, só tem a agradecer. Mas quando nadar, correr, lutar caratê ou jogar tênis está longe de seu ideal de treino, você pode dar um tempo exercitando o corpo de uma maneira que ainda não tentou. Por exemplo, por meio do pilates. Ou algo inusitado como a técnica de Alexander, o método Feldenkrais ou até mesmo o rolfing que você vai conhecer a seguir. Surpresa com a sugestão? Pois especialistas, sem preconceito algum, garantem que toda forma de movimento vale a pena.

"Sempre podemos variar as fontes para o aprendizado do corpo. O importante é que cada pessoa encontre o método com o qual se identifica. Para não parar logo depois do primeiro mês", diz a fisioterapeuta Gerseli Angeli Silva, coordenadora do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte de SP.

Os métodos citados visam aumentar a consciência corporal. E qualquer técnica que faça isso, bem orientada por um profissional, melhora a aptidão física - a capacidade de realizar um trabalho muscular de maneira satisfatória. Qualidade fundamental para enfrentar os dias de hoje. Essas práticas estimulam a consciência corporal, alongam e, com exceção do rolfing, fortalecem a musculatura. Todas buscam o bem-estar geral (físico, mental e emocional) e, de quebra, contribuem para uma boa postura, o que resulta em um corpo mais bonito e elegante.

1. Foco no alinhamento

De todas as práticas, o pilates é a que oferece maior possibilidade de sobrecarga - um estímulo superior para que a atividade física continue fazendo efeito no decorrer do tempo. "Chega um momento em que os demais métodos mantêm a pessoa alongada, mas não mais despertam o condicionamento físico (por isso, torna-se necessário acrescentar algo como musculação, caminhada ou pedalada)", afirma a fisioterapeuta Gerseli Angeli. O pilates, no entanto, exige uma adaptação constante, graças ao uso de aparelhos e equipamentos apropriados. A arte do controle do corpo e do movimento, como definiu o alemão Joseph Hubertus Pilates (1880-1967), idealizador do método, conduz o praticante a um alinhamento perfeito. Dá maior destreza, estabilidade, resistência e força, especialmente abdominal. 
2. Acesso aos bloqueios

Cabeça caída, ombros tortos, peito retraído... Se o jeito como você se coloca na vida está inadequado, é preciso voltar ao eixo. A Integração estrutural ou rolfing, como é mais conhecida a técnica criada pela bioquímica americana Ida Rolf (1896-1979), revisa todo o corpo e o coloca em melhores condições para enfrentar a força da gravidade. Difundida a partir da década de 1960, ela foca no alongamento acima de tudo. Por isso, algumas pessoas sentem muita dor. E outras adoram - já que há um efeito relaxante no final. Por meio da manipulação do corpo do paciente, a terapeuta libera tensões da fáscia - tecido conectivo que envolve as células, os ossos e as fibras musculares. "Pressionando de forma adequada é possível acessar bloqueios que estejam inibindo a qualidade do movimento", afirma Eliana Ribeiro Grotti, rolfista e fisioterapeura do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein. O melhor é que, ao colocar o corpo em bases mais estáveis, o efeito dessa prática transborda para o lado emocional. Nossas atitudes também ficam mais firmes.

3. Atenção plena

O método Feldenkrais se divide em duas modalidades: uma de atendimento individual, em que o instrutor conduz o aluno pelo toque; e outra, mais ativa, se destaca pela prática em grupo. "Neste segundo exemplo, o foco é a consciência pelo movimento. Por isso, as sequências são feitas bem devagar e em sessões de, no máximo, 50 minutos, que é o tempo máximo que conseguimos prestar atenção em uma aula", explica a professora paulista Mariana Huck. Tudo é bem metódico. Pode haver uma sequência de movimentos de bruços, de costas, rolando, sentada, em pé ou em posturas invertidas, como na ioga. Enquanto o aluno executa uma ordem, é convidado a perceber como está a respiração, se o peso está maior sobre o quadril direito ou esquerdo e como se comporta o restante do corpo. No final da aula, qualquer que seja ela, a sensação é de vitalidade. A amplitude do gesto aumenta da mesma forma que o conforto em sua execução. Na mesma proporção, o risco de dores e lesões diminui.

4. Somente o necessário

Desenvolvido pelo ator australiano Frederick Matthias Alexander (1869-1955) há mais de 100 anos, o método Alexander foi concebido para evitar as tensões desnecessárias. Quando você se senta, por exemplo, tende a puxar a cabeça para trás e para baixo? Errado. Numa aula da técnica, o professor não só orienta verbalmente como você deve se sentar, como conduz seu corpo ao movimento correto lembrando que os pés ficam apoiados no chão, os joelhos dobram e a cabeça simplesmente acompanha o trabalho. Da mesma forma, corrige a má postura durante uma ligação telefônica ou a de um músico que segura incorretamente o instrumento. Nas aulas, de 30 a 40 minutos, o aluno é ativo o tempo todo: andando, deitando, sentando, ou desempenhando atividades cotidianas. Com o tempo, a musculatura aprende a fazer seu papel. "É isso que proporciona um tônus apropriado - seja para alongar, seja para contrair", explica o professor Reinaldo Renzo, de São Paulo. Quando contraímos muito a musculatura, uma consequência natural é diminuir o espaço entre as articulações. Encolhemos mesmo, o que provoca dores e se reflete até na respiração, que poderia oxigenar melhor todo o sistema, se estivesse mais livre. "O método oferece a oportunidade de parar de fazer o desnecessário para que o necessário aconteça de forma desimpedida. Até a ansiedade diminui porque você está mais atento e, portanto, tem a chance de escolher de que forma quer responder a um estímulo estressante", afirma Renzo.




09 agosto 2012

Pilates ajuda pacientes com esclerose avançcada


Pilates pode ajudar na reabilitação de esclerose múltipla mesmo em pacientes que estão com sintomas avançados da doença, mostra uma pesquisa realizada na Universidade Queen Margaret, na Escócia.

O método pilates, já utilizado no Brasil em alguns casos de esclerose, foi testado na universidade escocesa para a reabilitação de pessoas que estão em cadeira de rodas devido à doença. A esclerose multipla afeta, entre outras coisas, a força muscular e o equilíbrio, fazendo com que o doente perca mobilidade.

No estudo, a postura e a intensidade das dores e da fadiga (sintomas da doença) foram medidas em 15 cadeirantes antes e depois de começarem seu tratamento com pilates. Outras oito pessoas com sintomas parecidos também foram acompanhadas durante o período, porém sem participar das aulas.
Ao final de 12 semanas, foi possível observar uma melhora nas dores no ombro e no pescoço das pessoas que tiveram aulas de pilates.
Os resultados foram publicados na revista "Research Matters", editada pela Sociedade de Esclerose Múltipla de Londres. Os pesquisadores lembram que ainda são necessários estudos com maior número de participantes para validar os resultados.

NO BRASIL
Entre os benefícios da prática, a fisioterapeuta Andrea Lotufo, do centro de reabilitação do Hospital Albert Einstein cita a melhora da força, da postura e do equilíbrio.

Porém ela lembra que, se a pessoa faz exercícios inadequados para sua condição, ela pode sentir uma grande fadiga, própria da doença e mais forte do que um cansaço normal de quem vai a academia.

A instrutora de pilates Régia Guimarães, 47, atende alunos com esclerose múltipla há cinco anos. Ela diz que o pilates, por ser originalmente um trabalho individual, permite que o instrutor conheça a pessoa e consiga perceber quais os exercícios mais adequados para suas necessidades.

Ela também destaca o uso dos aparelhos como uma forma de fazer com que seus alunos se sintam mais acolhidos: "Uma pessoa que não consegue ficar de pé, por exemplo, pode fazer exercícios na cama que simulem o caminhar em um ambiente seguro".

Uma de suas alunas, Wilma Vieira, 52, descobriu que tinha esclerose múltipla há sete anos. Tudo começou com um formigamento no rosto e nos pés que parecia não ter grande importância. Teve dificuldade para acreditar que sofria da doença quando a médica deu o diagnóstico: "Esclerosada, eu? Mas como, se minha memória é boa?".

A razão do estranhamento foi em parte pelo nome da doença, que leva muitas pessoas a relacionar esclerose múltipla e velhice. Entrou em depressão quando soube que a doença não tinha cura e sua possível piora não podia ser totalmente descartada.

Wilma passou a tomar medicamentos intravenosos três vezes por semana. Ela conta que esses medicamentos têm efeitos colaterais, entre eles deixar a musculatura rígida e provocar dor nas articulações. Mas são fundamentais para controlar os surtos e a piora de sua saúde.

Antes de praticar pilates, ela tentou outras atividades físicas, como fisioterapia e ioga, sem o mesmo resultado positivo.

Encontrar uma professora que já havia trabalhado com pessoas com esclerose múltipla foi o que a motivou a começar. Praticante há dois anos, diz que o maior benefício é a diminuição das dores nas articulações que os alongamentos proporcionam. O que ela mais gosta é de estar deitada e ser alongada por elásticos. Dessa forma, consegue sentir sua flexibilidade aumentando.

A ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla é uma doença crônica autoimune do sistema nervoso. Acontece quando o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina, capa que cobre os neurônios, comprometendo a transmissão de impulsos elétricos. As principais dificuldades ocasionadas pela doença são a perda parcial da visão, da sensibilidade, da força e do equilíbrio. A doença se manifesta a partir de crises, chamadas surtos, em que os sintomas da doença ficam mais agudos e deixam sequelas.

É importante que a pessoa que tem esclerose múltipla realize exercícios físicos. Como cada pessoa desenvolve esses sintomas de maneira única, em velocidades e ocorrência de surtos diferentes, é preciso consultar um especialista, como um fisiatra, para indicar qual a prática mais adequada para cada um.

O neurologista Charles Pulbery, membro da Academia Brasileira de Neurologia, diz que a técnica não atua na doença propriamente dita. "Ela é muito útil, mas como um tratamento reabilitador e conservador. Não trará cura para a doença."

08 agosto 2012

08 de Agosto: Dia Nacional de Combate ao Colesterol


Como o exercício físico beneficia o Colesterol

Estudos sobre exercícios e colesterol mostram que atividade física regular diminui os triglicerídeos. As pessoas que mais se beneficiam são as sedentárias com níveis elevados de triglicerídeos que se tornam ativas. Mesmo uma única sessão de exercícios pode causar impacto nos níveis de triglicerídeos (a redução média dos triglicerídeos é de 20%, após uma única sessão, e 24% com exercícios regulares).

A prática regular de exercícios por mais de 12 semanas pode aumentar o colesterol HDL até 10%. A pesquisa feita em homens indica que o aumento do colesterol HDL está associado à perda de gordura do corpo, sugerindo que os exercícios regulares podem ser especialmente úteis para pessoas com nível elevado de triglicerídeos, colesterol HDL baixo e excesso de gordura abdominal. No entanto, nas pessoas com baixo nível de triglicerídeos ou nas que não precisam emagrecer, a prova sobre os efeitos do exercício no colesterol HDL é inconclusiva.

O efeito da atividade física regular no colesterol total e no colesterol LDL é menos direto que seu efeito nos triglicerídeos. Quando o exercício resulta em perda de peso, o colesterol total e o colesterol LDL geralmente diminuem. Entretanto, quando a pessoa não emagrece, os benefícios do exercício no colesterol total e no colesterol LDL não são tão visíveis, embora não sejam menos importantes.

Durante oito meses, o STRRIDE (Studies of Targeted Risk Reduction Interventions through Defined Exercise - Estudos de intervenção direcionada de redução de risco através de exercício definido) analisou os efeitos da quantidade e da intensidade dos exercícios nos fatores de risco da doença cardiovascular em adultos acima do peso com nível elevado de lipídios no sangue.

Os pesquisadores selecionaram aleatoriamente 84 adultos sedentários e os dividiram em três grupos diferentes de exercícios:
  • muita atividade intensa - equivalente a correr 32 km por semana;
  • pouca atividade intensa - equivalente a correr 19 km por semana;
  • pouca atividade moderada - equivalente a caminhar rapidamente 19 km por semana.
Alguns adultos foram colocados em um grupo de controle que não fez nenhum exercício. Os participantes foram estimulados a manter sua dieta regular durante o período da pesquisa para que não perdessem peso.
Os pesquisadores descobriram que, embora o colesterol total e o colesterol LDL não tivessem mudado muito, o exercício teve um efeito positivo na quantidade e no tamanho das partículas de LDL, com menor risco de causar aterosclerose, um problema em que as artérias ficam irregulares devido à formação de placas.

Uma grande quantidade de exercícios intensos diminuiu a concentração e aumentou o tamanho médio das partículas de LDL. As partículas de LDL leves e maiores aparentemente são menos aterogênicas do que as partículas de LDL mais densas e menores, mais propensas a entrarem na parede do vaso sangüíneo, serem oxidadas e desencadearem a aterosclerose e a formação de placas.

Uma quantidade maior de exercícios também aumentou o colesterol HDL e diminuiu o nível de triglicerídeos, mais do que uma quantidade menor de exercícios, embora pouca quantidade de atividade física ainda seja melhor do que nenhum exercício para ajudar a evitar ganho de peso e a piora do nível de lipídios no sangue das pessoas que não se exercitam. Os pesquisadores concluíram que, embora o colesterol total e o colesterol LDL não tenham diminuído, o exercício foi um fator significativo na redução do risco de doença cardiovascular.

Perder peso é excelente, mas a diminuição do estresse pode reduzir um pouco seu colesterol.