Um caso de saúde pública, assim é considerada a
fratura no quadril pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Hoje ela é a maior
causa de morte dentre as lesões ortopédicas em pessoas acima de 65 anos, e
representa cerca de 50% das internações de idosos por trauma em
prontos-socorros. Nos Estados Unidos, são gastos 10 bilhões de dólares por ano
e a previsão é de que esse número triplique nos próximos anos. No Brasil, há
uma estimativa de 10 mil casos da fratura por ano.
O ortopedista Dr. Marcelo G. Cavalheiro, coordenador
da divisão de Artroscopia do Quadril na Escola Paulista de Medicina, revela que
a maior
incidência em idosos se deve à osteoporose. “Este tipo de fratura
pode acontecer com jovens, mas somente em casos como
acidentes automobilísticos, grandes quedas, enquanto que para o
idoso isso pode ocorrer em movimentos corriqueiros”, conta o médico.
Cavalheiro explica que isso acontece porque o
esqueleto do ser humano acumula massa óssea até a faixa do 30 anos e, a partir
de então, passa a perder 0,3% ao ano. Mas, a perda é
maior entre mulheres nos primeiros 10 anos de pós-menopausa,
chegando a 3% ao ano em indivíduos sedentários. “Estima-se que 50% das
mulheres com mais de 75 anos venham a ter alguma fratura osteoporótica. Em
homens, esse índice cai para 25%”, completa.
Diversas medidas podem ser adotadas para evitar a
ocorrência da fratura no quadril. O primeiro passo é minimizar o
risco de quedas no ambiente em que o indivíduo vive, com o uso de pisos
antiderrapantes, barras de apoio em corredores e banheiros e melhorar a
iluminação e alcance de objetos. Melhorar o condicionamento físico é a
indicação dos profissionais da saúde para a prevenção de quedas. Através de
atividades físicas é possível conquistar força muscular e flexibilidade, além
de haver um ganho na coordenação motora, equilíbrio e mobilidade geral.
Muitos especialistas consideram o Pilates como uma
atividade perfeita para idosos vítimas da osteoporose. Entre os benefícios
relevantes para a terceira idade, estão a recuperação de
articulações propensas à artrite, artrose e dores generalizadas, a correção da
postura, a ativação da circulação e fortalecimento dos músculos através de
exercícios de alongamento. Vale lembrar que a prevenção
começa nas primeiras décadas de vida, o que pode reduzir a
ocorrência da fratura no quadril e outros acidentes decorrentes da perda de massa
óssea.