29 agosto 2012

Como o Exercício Físico pode ajudar a parar de Fumar


Quem já experimentou parar de fumar pode comprovar: é preciso enfrentar momentos de ansiedade e irritação, o medo de ganhar peso e, principalmente, manter em alta a motivação para não sucumbir às recaídas. Nós temos um remédio para combater tudo isso e largar o cigarro de vez: o exercício físico

Não é de hoje que a atividade física é considerada por especialistas um aliado importante contra o cigarro. “Quem pratica atividade física fuma menos ao longo do dia em comparação com um sedentário. As sensações de bem-estar das endorfinas liberadas durante o exercício, e a vontade de se cuidar são aspectos que influenciam nessa redução e numa possível interrupção do tabagismo”, diz a presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Andréia Assis Vale. Entenda a seguir como o exercício pode ajudar quem fuma.

Na redução de riscos
No corpo humano, o cigarro e o exercício travam uma queda de braço. O tabaco é responsável pela elevação da pressão sanguínea, pela diminuição da oxigenação nas células e por inflamações nos alvéolos pulmonares — que estimulam a formação de muco e secreções e limitam a capacidade respiratória. O exercício age de forma contrária: ao abrir as vias aéreas e aumentar a ventilação do corpo, ele estimula a oxigenação, diminui a pressão sanguínea e favorece a eliminação das secreções – sim, o fumante vai cuspir mais enquanto corre.
"Além do fortalecimento do sistema respiratório, fazer a atividade física diminui o teor de monóxido de carbono no organismo", diz a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (Incor). "Durante o exercício, a nicotina também é metabolizada mais rapidamente, diminuindo sua concentração, o que explica por que muitas pessoas sentem a fissura de acender o cigarro logo depois", afirma.
Uma boa notícia é que, se você fuma e mantiver o exercício com a mesma regularidade com que dá as suas baforadas, a atividade física levará a melhor nessa briga, reduzindo significativamente o risco de doenças causadas pelo tabaco e tornando-o, se é que é possível dizer isso, um "fumante mais saudável".
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Municipal de Investigação Médica de Barcelona, na Espanha, que acompanhou 6790 fumantes por 11 anos, uma quantidade de moderada a alta de atividade física está associada a um menor declínio da função pulmonar, reduzindo em 21% o risco de desenvolvimento de DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica, responsável pela insuficiência respiratória.
As universidades americanas de Minnesota e Pensilvânia publicaram estudos que mostram que a atividade física reduz em 35% o risco de câncer de pulmão em comparação com fumantes sedentários. Uma das explicações é que a melhora da função pulmonar diminui a concentração de substâncias carcinogênicas. Nenhuma melhora, no entanto, é tão acentuada como quando o cigarro é abandonado. Veja ao lado como o corpo reage a partir do instante em que você decide largar o vício.

Na força de vontade
Querer de fato parar de fumar é a primeira condição (e a mais importante) para ter sucesso na empreitada, segundo os especialistas. "Não adianta a pressão de amigos e familiares. A pessoa deve ter consciência da necessidade e vontade de parar", afirma a psicóloga Silvia Cury.
O exercício, pelas transformações físicas e fisiológicas que promove, ampliando o fôlego e a resistência muscular e aeróbica e reforçando a auto-estima, pode ajudar nessa percepção de que é preciso parar. O diretor técnico da assessoria esportiva paulistana MPR, Marcos Paulo Reis, aconselha: "Procure o exercício com o intuito de se sentir melhor, mais saudável, sem tanto compromisso inicialmente com o parar de fumar, para controlar a expectativa e não se frustrar em caso de uma recaída", afirma.

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