A
incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina em local e hora
inadequados que ocorre quando a pressão dentro da bexiga excede a pressão da
uretra, causando problemas sociais e higiênicos para os indivíduos portadores,
afetando diretamente sua qualidade de vida e auto-estima.
Segundo
a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quatro em cada dez mulheres
desenvolvem incontinência urinária após a menopausa. Isso ocorre porque com o
avanço da idade a musculatura abdominal torna-se flácida, a uretra muda de
posição e perde a capacidade de conter a urina. Acontece ainda com maior
freqüência em mulheres que tiveram muitos partos normais, ou mesmo apenas um
parto mal conduzido, e menos freqüentemente, mas não raro, em indivíduos jovens
e crianças. O problema também afeta homens, tendo como principal causa o
aumento da próstata, que leva à alteração do funcionamento da bexiga, porém, é
bem menos freqüente que nas mulheres. Pode apresentar-se sob várias formas,
sendo as mais comuns: incontinência urinária de esforço (devido ao
enfraquecimento/flacidez do esfíncter uretral); bexiga hiperativa (contração
inadequadas da musculatura da bexiga durante a fase de armazenamento da urina);
e incontinência mista (combinação da incontinência de esforço e bexiga
hiperativa).
Dentre
as principais formas de tratamento, destacam-se os tratamentos medicamentoso e
cirúrgico. De igual importância, a fisioterapia dispõe de tratamentos menos
invasivos, com melhor prognóstico e menores custos, através de técnicas de fortalecimento
da musculatura pélvica. Tem como objetivos educar e informar as pacientes a
respeito da sintomatologia, fortalecer o períneo, melhorar a percepção da
musculatura do assoalho pélvico e estimular bons hábitos de vida.
Dentre
essas técnicas, vem ganhando destaque o método Pilates, visto que seus
principais objetivos são ganho de coordenação, força, flexibilidade, equilíbrio
e resistência. Acredita-se portanto, que a ativação permanente do
"powerhouse" (que inclui a musculatura do assoalho pélvico) estimule
esta a receber os efeitos acima mencionados, atuando portanto no tratamento
quando já instalada, bem como técnica preventiva da incontinência urinária.
É
essencial que os pacientes portadores da disfunção sejam especialmente
avaliados para que as causas primárias sejam investigadas e tratadas, bem como
continuamente monitorados e realizem exercícios mais específicos durante as
sessões.
A
respiração também deve ser incansavelmente monitorada, a fim de evitar a
Manobra de Valsalva (ato de "prender o ar" durante os exercícios), já
que isso aumenta a pressão intrabdominal e gera maior sobrecarga ao assoalho
pélvico, que fadiga mais rapidamente e tem como conseqüência a perda da
capacidade deste manter-se contraído.
Mesmo
em casos mais graves onde há necessidade de intervenção cirúrgica, é de suma
importância a realização destes exercícios específicos como complemento dos
tratamentos através de um processo individualizado e que dê resposta às
necessidades de cada paciente.
Dra. Scheila Cristina Zuconelli
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