Uma grande parte
da população mundial é acometida por problemas relacionados ao sono, piorando a qualidade de vida,
aumentando o risco de acidentes e diminuindo a produtividade no trabalho, entre
outras conseqüências.
O exercício
tornou-se uma unanimidade na promoção da saúde
e melhora da qualidade de vida,
diminuindo os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas e atuando como
fator chave para aumentar a longevidade. Em contra partida, a perturbação do sono resulta em
significativos danos à saúde e ao bemestar,representando nos casos mais graves
risco de morte .
De acordo com a
American Sleep Disorders Association (1991), a efetividade do exercício físico sobre o sono foi
demonstrada e aceita como uma intervenção não farmacológica para a melhoria do
sono. Alguns estudos relatam que a melhora do padrão do sono por meio de
exercícios físicos é explicada com base em três hipóteses:
A
primeira, conhecida como
termorregulatória, aponta para o aumento da temperatura corporal, como
consequência do exercício físico, facilitando o disparo do início do sono,
graças à ativação dos mecanismos de dissipação do calor e da indução do sono,
processos estes controlados pelo hipotálamo.
A segunda
hipótese, conhecida como
conservação de energia, é baseada na redução da taxa metabólica que é observada
durante os períodos de sono. De acordo com ela, o aumento do gasto energético
promovido pelo exercício durante a vigília aumenta a necessidade de sono a fim
de alcançar um balanço energético positivo, restabelecendo uma condição
adequada para um novo ciclo de vigília.
A
terceira hipótese, restauradora
ou compensatória (restauração corporal), da mesma forma que a anterior, relata
que a alta atividade catabólica durante a vigília reduz as reservas
energéticas, aumentando a necessidade de sono, favorecendo a atividade
anabólica.
Já é comprovado que
o sono de pessoas ativas
é melhor que o de pessoas inativas, com a hipótese de que um sono
melhorado proporciona menos cansaço durante o dia seguinte e mais disposição
para a prática de atividades físicas e habituais.
Com base nesse
estudo, o Método Pilates
pode ser uma ferramenta eficaz para os distúrbios do sono, sendo considerado um
treinamento físico e mental.
Por meio de seus princípios e filosofias, promove sensações de tranquilidade, bem-estar e
consciência corporal, além de trabalhar com exercícios onde a sobrecarga é
aumentada até um nível ideal e gradativamente, sendo realizado com poucas
repetições, o que leva a uma melhor resposta na qualidade do sono.
Além disso, uma respiração otimizada mobiliza a
coluna vertebral na região do tórax, provocando a mobilização do sistema nervoso autônomo que, dentre
tantas outras atividades, é responsável pela digestão, reprodução, sono e
relaxamento.
O Método Pilates otimiza a respiração e
potencializa a capacidade respiratória.
Em todos os exercícios a respiração é enfatizada como instrumento para atingir qualidade na execução dos movimentos.
O contrário também acontece, pois movimentos adequados com a região do tronco
estimulam e ampliam a entrada e saída de ar dos pulmões.
A melhora da
ansiedade ocorre, possivelmente, pela mudança da capacidade respiratória
(principalmente a expiração), pois se o indivíduo ansioso é capaz de aprender a
expirar, pode-se, até certo ponto, modificar a sua condição energética
diafragmática onde a ansiedade está contida. O Pilates mobiliza
a musculatura desta região e, na medida em que a respiração é
solicitada durante a execução dos exercícios, esta se torna um ato voluntário e
consciente. Esta condição de consciência auxilia a pessoa ansiosa a perceber a
sua respiração superficial
e irregular.
Uma das
indicações para o tratamento destes distúrbios é a prática de exercícios
físicos para melhora do padrão respiratório, e consequentemente do sono.
Revista Pilates junho 2012
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