20 julho 2011

Fitness e a Técnica Pilates

A prática da atividade física evoluiu com a própria evolução do homem. O homem primitivo passou a lutar, caçar e fugir a fim de preservar a sua existência. Assim o homem à luz da ciência executa os movimentos corporais mais básicos desde que se colocou ereto: corre, arremessa, salta, tem relações sexuais, empurra, puxa, etc.

Existem alguns fatos históricos no decorrer da civilização humana que talvez explique, em parte, a falta de exercícios específicos para melhorar a mobilidade da coluna vertebral na Educação Física. Durante o Império Romano e toda a idade média, os exercícios físicos ficaram restritos à função militar, incluindo, também, a caça e os torneios. A queda do Império Romano, por exemplo, foi muito ruim para a evolução da Educação Física, principalmente com o crescimento do Cristianismo que, por sua vez, perdurou por toda a Idade Média, pois o culto ao corpo era considerado pecado, passando a ser cada vez mais reprimidos devido à comunidade altamente puritana não ver com bons olhos a atividade física.

Os exercícios beneficiados pela redescoberta dos valores gregos voltaram a despertar interesse maior só com o Renascimento. Mesmo assim, a ginástica como esporte, como conhecemos hoje, só se desenvolveu na Europa em meados do século XVIII. Mas só em 1829, na França, foi oficializada a atividade física denominada Ginástica Calistênica, sendo esta considerada precursora do Fitness. A Ginástica Calistênica revolucionou a atividade física do século XIX. Um dos pontos marcantes dessa modificação foi que essa modalidade passou também a incluir crianças, mulheres, obesos e idosos, onde antes eram excluídos.

A medida em que essa modalidade de ginástica foi evoluindo, era dada cada vez mais importância aos exercícios para os segmentos dos membros superiores e membros inferiores; enquanto que, a mobilidade da coluna vertebral era totalmente negligenciada.

Quando o fitness surgiu na década de 80 houve a mesma linha de trabalho da Ginástica Calistênica, mantendo até a tendência de corpos musculosos, sem mobilidade de coluna vertebral, dando continuidade a essa idéia até os dias atuais. Começou a preocupação com a mobilidade da coluna em praticantes de fitness, a partir das comparações realizadas com outras modalidades corporais, em especial o Pilates.

A técnica de Pilates apresenta uma grande importância tanto para os profissionais que trabalham com a abordagem corporal quanto para os alunos que realizam os exercícios. Esse método foi baseado em diversas atividades (Yoga, mergulho, esqui, natação, boxe, etc) devido ao criador, Joseph Pilates, dessa arte apresentar afecções osteomioarticulares quando criança. Ele tinha um propósito de melhorar a sua forma debilitada através do condicionamento físico, trabalhar o corpo da mesma maneira que uma pessoa sadia.

Apesar da técnica de Pilates ter quase um século de existência, só na década de 80 o sistema passou a ser utilizado pelos bailarinos, que começaram devido à técnica adquirir uma grande eficácia na recuperação de lesões. A exemplo do que aconteceu na Educação Física, a mobilidade da coluna vertebral também foi negligenciada na Dança. Preocupados em executar movimentos sempre muito amplos, os bailarinos acabaram com a mobilidade da coluna vertebral prejudicada. Apenas alguns exercícios são ministrados em aulas de dança para a manutenção da mobilidade segmentar da coluna. Um dos estudos mais interessantes acerca da técnica de Pilates foi realizado pelo fisioterapeuta americano Brent Anderson. Criador do método Polestar Pilates, chegou à conclusão que o Pilates deve ocorrer mobilidade da coluna vertebral em todas as direções onde os movimentos intersegmentares poderão auxiliar na manutenção da postura adequada.

Os movimentos articulados da coluna acabam por ativar o Centro de Força (Powerhouse), fazendo um bom suporte estrutural. Por enfatizar bastante o trabalho em torno do controle do centro de força, há uma maior facilidade na realização dos movimentos desejados, pelo meio da fluidez dos movimentos, da suavidade do gesto corporal e da leveza, permitindo que todas as partes do corpo trabalhem com segurança, consentindo, assim, uma boa mobilidade da coluna vertebral.

Enfim, o método de Joseph ostenta o propósito de harmonizar o corpo, independente da idade ou condição física. As vértebras se mobilizam através da compressão e deformação dos discos, e deslizamento dos ligamentos. A coluna vertebral faz movimentos de extensão, flexão, rotação e inclinação. A flexibilidade é a sua principal característica. As vértebras da coluna vertebral se articulam de modo a conferir, além de flexibilidade, estabilidade para a função de mobilização, postura e equilíbrio do tronco.

Revista Pilates

06 julho 2011

Seu corpo pede pra dormir mais no inverno

O frio e a baixa na claridade fazem você sentir mais sono do que o habitual.

Quando o tempo esfria, aumenta a vontade de ficar na cama e dormir mais. O comportamento, no entanto, está longe de ser pura preguiça.

Segundo o médico Luis Vicente Franco Oliveira, Coordenador do Laboratório do Sono da Universidade Nove de Julho UNINOVE, esta é mais uma das adaptações do nosso corpo às mudanças climáticas.

"Como o metabolismo fica menos acelerado e o período de sol diminui, nosso organismo acaba ficando satisfeito quando dormimos mais", afirma. "Mas a necessidade de sono, em si, não chega a aumentar. O que aumenta é o nosso conforto quando podemos ficar mais tempo na cama", diz.

Quando dorme bem, você fica mais descansado e encara com fôlego as tarefas do dia-a-dia, por mais desgastante que ele seja. Agora, não ache que a eficiência tem a ver com a quantidade de horas dormidas: a qualidade importa muito mais neste quesito e o especialista da Uninove explica os motivos na entrevista que você confere abaixo.


Dormir mais, no inverno, é comum? O corpo precisa de mais horas de sono no frio?

Dormir faz bem e é extremamente importante em nossa vida. No inverno dormimos um pouco mais devido à temperatura mais baixa. O metabolismo fica menos acelerado, ficamos mais quietos, mais agasalhados e buscamos lugares mais protegidos. Os dias no período de inverno também são mais curtos e as noites são mais longas, fato que nos induz um pouco mais ao sono. O corpo não precisa de mais horas de sono no inverno, porém as condições climáticas e ambientais do inverno nos induzem a ficar mais tempo recolhidos e mais tempo no leito.

Por que temos a impressão de que o sono aumenta quando o tempo esfria?

Realmente é apenas impressão, pois a nossa necessidade de sono está relacionada ao sono e à vigília anteriores e, em média, para adultos o período médio é de oito horas de sono por noite, desde que bem dormidas. È importante considerar que não devemos contar o tempo que ficamos na cama, e sim o tempo real de sono. Não adianta ficarmos brigando com a cama e forçarmos o sono.

Dormir demais deixa o corpo mais lento? Por que isso acontece?

Ninguém dorme além do necessário. O organismo controla a necessidade de sono de acordo com a vigília e o sono anterior. Então, a pessoa pode ficar um pouco mais lenta, caso o sono não tenha sido de boa qualidade.

Tem como saber a medida ideal de sono? Ou essa medida só vem com tentativa e erro?

Os recém-nascidos apresentam uma necessidade maior de sono, aproximando em 16 horas. Esta necessidade vai reduzindo com o passar da idade. Os adolescentes precisam de, pelo menos, dez horas de sono e os adultos jovens oito horas.

Devemos considerar também que existem pessoas que apresentam algumas diferenças em relação à necessidade de sono. Nós temos os pouco dormidores, aqueles se satisfazem com um número menor de horas de sono, de 4 a 6 horas e os grandes dormidores, aqueles que necessitam de uma maior quantidade de horas de sono, por volta de 10 a 12 horas de sono. Normalmente as pessoas encontram a sua necessidade ideal de sono conforme o seu dia-a-dia e de acordo com a sua organização de trabalho.

Por que ter interrupções no sono atrapalha o descanso (mesmo com várias horas de sono)?

Realmente, o que importa é a qualidade do sono e não a quantidade. Não significa que se uma pessoa ficar na cama por longas horas tentando dormir ou dormindo que ela despertará bem.

Durante o sono, nós temos os despertares que são caracterizados pela tomada de consciência, ou seja, percepção do tempo e espaço e temos os chamados microdespertares, que não são percebidos pela pessoa que esta dormindo, porém são caracterizados por despertares em termos de atividade elétrica cerebral.

Quando os microdespertares acontecem por algum motivo, como um movimento de pernas, uma mudança de posição na cama, por um evento de bruxismo de sono e ou por uma apnéia obstrutiva do sono eles fragmentam (interrompem) o sono, cortando um estado profundo ou sono REM para uma fase denominada de sono leve. Sem o sono REM não há como recuperar o cansaço físico e a exaustão cerebral.

Quais os benefícios hormonais de uma boa noite de sono?

O sono é necessário para o perfeito funcionamento dos sistemas fisiológicos de nosso organismo, principalmente o sistema nervoso. O sistema hormonal é beneficiado, porque o sono profundo coincide com a síntese várias enzimas e hormônios, entre eles o hormônio do crescimento (GH) em crianças e adultos jovens.

Quem faz exercícios e dorme bem alcança resultados melhores no treino (principalmente no treimanto resistido)?

Sim. Há fases de sono que são responsáveis pela recuperação da exaustão física e outras que melhoram a atividade nervosa, incluindo a concentração e maior rapidez de respostas e reflexos. Portanto, após os treinamentos, é de extrema importância boas noites de sono, inclusive nas vésperas de provas práticas físicas e também de provas teóricas.

Que outros benefícios podemos citar quando há uma rotina de noites tranqüilas de sono?

Vários estudos científicos têm mostrado uma melhor qualidade de vida em pessoas que dormem bem, inclusive com uma maior sobrevida. Observamos um maior índice de alcoolismo, de separação de casais, maior incidência de enfermidades, menor rendimento no trabalho, maior risco de acidentes automobilísticos e de trabalho, depressão e alterações de humor em pessoas que apresentam distúrbios do sono.

04 julho 2011

Pilates x Escoliose

Existem muitas verdades e muitos mitos sobre a questão Pilates x Escoliose. O Pilates como recurso terapêutico do portador de escoliose é sim viável e traz grandes benefícios. Porém, deve-se respeitar a real causa e grau dos desvios posturais para saber se há ou não indicação deste método para cada paciente.



Escoliose é a denominação de uma deformação morfológica tridimensional, ou seja, um desvio da coluna vertebral, caracterizada pela inclinação, rotação e extensão das vértebras. É uma doença que pode se manifestar ainda na infância, na adolescência, ou começar mesmo na idade adulta. As causas são variadas e evoluem em diversos graus de lateralização e rotação vertebral.

O portador pode até não se queixar de sintomas e apenas perceber alteração na sua postura, mas é muito comum referir dores localizadas ou acompanhadas de outros sintomas associados como dormências, queimação, marcha alterada, que podem sim evoluir para sintomas mais intensos e mais difíceis de serem tratados. O mais importante a se saber, é que se trata de uma doença progressiva, e por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais.

O Pilates tem a capacidade de oferecer fortalecimento, alongamento e equilíbrio corporal, proporcionando melhor alinhamento vertebral, reduzindo as tensões musculares e as compressões discais, devido a flexibilidade que vai sendo adquirida pelo corpo, proporcionando alívio aos pacientes com escoliose e ainda prevenindo o agravamento da doença.

A restrição que se faz a prática do Pilates como método de reabilitação para escoliose baseia-se no grau da lesão, na intensidade dos sintomas, nos fatores adicionais a esta lesão (como osteoporose, por exemplo) e na capacidade de execução dos exercícios pelo paciente. Não deve haver sobrecarga ou dor, que passa a ser a mediadora e limitadora de cada execução.

O paciente não pode sentir mais dor após a aula. O objetivo é trazer-lhe conforto! Portanto o ideal é fazer uma avaliação com especialista (ortopedista e fisioterapeuta), exames adicionais de imagem, como uma ressonância nuclear magnética ou radiografia.